quarta-feira, 31 de julho de 2013

Santos de casa



         Quando a mais recente joia criada na Vila Belmiro acertou sua transferência para a Europa, para jogar no poderoso Barcelona, muito se falava sobre a decadência que a equipe santista iria sofrer. Era inegável que a perda de Neymar significaria muito para o Santos, e alguns até alertavam para a possibilidade de rebaixamento, fato inédito na história do clube. Porém, após a demissão do ex-treinador Muricy Ramalho, muita coisa mudou no alvinegro praiano, não só eliminando o pessimismo de alguns torcedores, mas dando-lhes uma nova esperança para a continuidade da temporada.
         Um pedido comumente feito por torcedores, ao ver o seu time apresentar um futebol abaixo da média, é que sua equipe ''jogue simples''. Essa dica foi aplicada não no time, mas na diretoria do Santos que, após não conseguir acertar com os internacionais Marcelo Bielsa e Gerardo Martino, agora técnico do atual clube de Neymar, resolveu tocar a bola de lado e manter os negócios em família quando promoveu Claudinei Oliveira, ex-treinador da base, para o time principal. Além de diminuir e muito os gastos anteriormente exorbitantes com a comissão técnica, os resultados apareceram dentro de campo: foram quatro vitórias, três empates e apenas uma derrota nos primeiros nove jogos sob a tutela do novo comandante.
     Nessa caminhada surpreendente, uma nova geração de meninos da Vila vem tendo papel fundamental. Os jovens jogadores passaram a ter chances na equipe titular, e pouco a pouco foram sendo relacionados e aproveitados em confrontos do Campeonato Brasileiro e da Copa do Brasil. Leandrinho, Neilton e Giva, os mais utilizados, se juntam a Gabriel (Ex-Gabigol), Léo Cittadini, Alan Santos e Victor Andrade nos nomes que podem agregar qualidade e opções ao bom elenco santista. Se do meio pra frente, um time só de ''gente grande'' contaria com Renê Júnior, Arouca, Cícero, Montillo, Thiago Ribeiro e Willian José, que formam uma equipe no mínimo competitiva, cabe a Claudinei a tarefa de mesclar as gerações, criando um time forte e equilibrado, e guiar seus comandados a uma classificação final respeitável na liga nacional.
         Fonte aparentemente inesgotável de novos talentos, a Vila Belmiro parece ter recebido uma nova leva que pode levar o Santos a grande lucros, seja na sala de troféus ou nas contas bancárias do clube. Dentro de campo, a molecada pode agregar muito à equipe santista, colocando o time novamente na lista de melhores do Brasil, além de continuar invalidando ditos populares quando o assunto é o Santos. Lá, um raio cai mais de uma vez em um mesmo lugar, e não há milagre mais frequente do que um feito por um santo de casa.

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