O título inesperado e repentino do Flamengo


     A primeira edição da Copa do Brasil em seu novo formato, que agora conta com os times que participaram da Libertadores do mesmo ano, além de ser mais longa, tendo seu fim em novembro, e não mais no meio do ano, teve como campeão o Flamengo, agora tricampeão do torneio. Após empatar fora de casa com o Atlético Paranaense, por 1 a 1, a equipe carioca venceu os visitantes na primeira decisão entre clubes do novo Maracanã, na quarta-feira (27), construindo o placar de 2 a 0 nos minutos finais de jogo. Elias e Hernane, artilheiro da competição com oito bolas na rede, foram os autores dos gols.
       Sem lugar garantido na fase final da Copa do Brasil, como os clubes provenientes da Libertadores 2013 e o Vasco, que herdou a vaga do São Paulo, que precisava disputar a Sul-Americana por ser o atual campeão da competição, o Flamengo passou por Remo, Campinense e o ASA (de Arapiraca) até chegar entre os 16 times classificados para as oitavas-de-final, única fase em que o time foi comandado por Mano Menezes. Até então, Jorginho, atualmente na Ponte Preta, tinha sido o treinador da equipe. Na caminhada flamenguista das oitavas até a final, os cariocas enfrentaram quatro dos cinco melhores colocados no campeonato brasileiro no momento do segundo jogo da final. Por ordem, Cruzeiro, Botafogo, Goiás e Atlético Paranaense caíram frente ao campeão rubro-negro.
       Peça chave para a conquista rubro-negra, Jayme de Oliveira assumiu o time seis jogos depois de o Flamengo conseguir a classificação contra o Cruzeiro, nas oitavas-de-final da Copa do Brasil, após demissão de Mano Menezes. Jayme estreou na Copa do Brasil frente o Botafogo, em seu segundo jogo como técnico do clube carioca. O até então interino havia perdido tal rótulo horas antes da partida, quando foi efetivado pela diretoria até o final da temporada. O treinador, já confirmado para o ano que vem, definiu um time titular e o fez jogar futebol, algo que seu antecessor não foi capaz, e pediu para sair por não se achar na competência de consegui-lo. Revelou-se, depois, que Mano havia sido contatado pelo Corinthians, insatisfeito com o trabalho de Tite.
        Dentro de campo, a recém-restabelecida confiança teve papel fundamental nos gols do oportunista Hernane, nas jogadas e dribles de Paulinho, que se revelou um bom segundo-atacante, e nas aparições surpresas - e decisivas - do volante Elias, campeão com o Corinthians em 2009, assim como Felipe, Chicão e André Santos, membros da defesa do atual campeão da Copa do Brasil. O time do Flamengo alegrou o reformado Maracanã, que recebeu 68 mil pessoas, ao levantar o troféu da Copa do Brasil, o qual conta agora com mais importância, após a inclusão dos participantes da Libertadores. O Flamengo de 2013 deixa lições para o próprio clube que, se seguidas da maneira correta, podem fazer o histórico estádio vivenciar muitos mais títulos do rubro-negro carioca.
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Não há mais vagas para 2014


          As 32 seleções que disputarão a Copa do Mundo do ano que vem estão definidas. Após inúmeros confrontos pelas eliminatórias continentais, completaram-se as vagas para o torneio que trará a atenção do mundo para o Brasil no período de junho e julho de 2014. O Brasil, de presença confirmada desde o anúncio da sede da competição, por ser o país-sede, terá a companhia da atual campeã Espanha no grupo dos cabeças de chave, além de Alemanha e Argentina, que completam a lista dos quatro favoritos com seu futebol leve e ofensivo, capitaneado, no caso dos sul-americanos, pelo atual melhor jogador do mundo, Lionel Messi. O pote um ainda conta com o bicampeão Uruguai, além dos menos assustadores Bélgica, Colômbia e Suíça, país que selecionou o Guarujá como centro de treinamento.
             A questionável escolha dos cabeças de chave feita pela FIFA, baseada no ranking da entidade, deixou Itália, Holanda e Inglaterra fora do primeiro pote do sorteio, e tais seleções podem figurar no grupo do Brasil, por exemplo. Portugal e França também fazem parte das equipes capazes de transformar uma chave em ''grupo da morte'', após conseguirem a classificação para a Copa na repescagem. Os portugueses contaram com quatro gols do fenomenal Cristiano Ronaldo para vencer os dois confrontos contra a Suécia de Ibrahimovic, autor dos gols de seu país no jogo de volta, em Estocolmo. 1 a 0 e 3 a 2 foram os placares. Já a França conseguiu reverter, em casa, a derrota de 2 a 0 sofrida em Kiev, após vencer os ucranianos por 3 a 0. Grécia e Croácia são os outros representantes europeus que precisaram da repescagem para ir à Copa do Mundo. Já a Bósnia-Herzegovina, única seleção estreante em mundiais que estará presente no Brasil, não precisou da segunda chance e garantiu a vaga direta, assim como a Rússia, que voltará a disputar uma Copa após não estar presente nas últimas duas edições. Os soviéticos, vale lembrar, já estão garantidos também para a próxima edição do torneio, por abrigar o evento.
           Os representantes africanos em 2014 serão os mesmos da última Copa, com a exceção da África do Sul, país-sede em 2010. Nigéria, Costa do Marfim, Camarões, Gana e Argélia são as equipes que carimbaram o passaporte para o Brasil. A Oceania, que não tem direito a uma vaga direta para o torneio, será representada pela Austrália, que migrou, no mapa da FIFA, para a Ásia, interessada em fugir da repescagem. As ''outras'' seleções asiáticas classificadas são Japão, Irã e Coreia do Sul. A manobra australiana foi executada em bom momento, pois o adversário do franco atirador oceânico, na repescagem deste ano, foi o México. Não deu para a Nova Zelândia. Estados Unidos, Costa Rica e Honduras, goleada pelo Brasil por 5 a 0 em um recente amistoso, completam os classificados das Américas do Norte e Central. Na América do Sul, apenas Chile e Equador vêm para a Copa além dos quatro cabeças de chave sul-americanos.
                Todos os oito campeões mundiais marcaram presença para o mundial do ano que vem, o que, além de engrandecer a conquista do campeão, garante o espetáculo dentro de campo. A brazuca, nome oficial da bola da copa, só volta a rolar no dia 6 de dezembro, às 13h, na Costa do Sauípe, na Bahia, para o sorteio dos grupos.
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Resta saber


      Alexandre se destacou cedo em sua profissão. Logo em seu primeiro ano como contratado profissional, seu potencial foi notado pelo grande mercado do seu campo de atividade, onde começara a atuar na metade do ano seguinte, levando o talentoso jovem para fora do seu país de origem. Lá, esperava-se que o prodígio atingisse o ápice, se tornando um dos maiores especialistas do mundo em sua área, além de encantar milhões com seu dom natural.
         Se o começo saiu como planejado, e o desenvolvimento gradual estava dentro dos parâmetros aguardados, o resto da trajetória de Alexandre no exterior foi desapontante. Impedido frequentemente de trabalhar devido à suas condições físicas, o brasileiro parecia sucumbir perante as altas exigências que seu trabalho demandava de seu corpo. A solução? Retornar para casa e voltar a trabalhar no Brasil, ainda que em outra empresa, e não aquela que inicialmente o revelou como um engenhoso funcionário.
          O novo contratante, no auge de sua história centenária, pagou rios de dinheiro para contar com os serviços do novo empregado, preparando-lhe um planejamento que visava restabelecer seu vigor físico, possibilitando mais dias de trabalho do que vinha sendo comum no exterior. O início, novamente, foi um sucesso. A adaptação foi rápida e cada vez mais Alexandre voltava a plenitude de sua forma. Seu bom desempenho ajudou seu grupo de trabalho em duas conquistas, uma delas internacional. Ainda assim, o funcionário não figurava na lista de empregados que iniciava a jornada de trabalho, pois o gerente relutava em recruta-lo para tal. Alexandre funcionava como uma peça de reposição de luxo, ainda que sua presença fosse pedida por grande parte dos clientes da empresa, a qual, até então, era líder de mercado.
          Quando o bom operário se tornou presença constante em tal lista, porém, a engrenagem entre os contratados já não funcionava como antes. Atingir o objetivo se tornou difícil, e dias e mais dias de labuta foram concluídos sem os resultados de outrora. A culpa estava longe de ser exclusiva dele, no entanto, o nome forte do empregado parecia atrai-la. Já longe de ser unanimidade, o peso caiu em suas costas quando, em uma reunião de cinco funcionários, Alexandre foi o último de três que falharam em sua função, fazendo sua empresa perder a vaga em um processo de licitação para um concorrente gaúcho.
           O insucesso foi o suficiente para irritar clientes e tira-lo da lista dos que iniciavam a jornada de trabalho. Desprestigiado, chegou a ter a sua demissão cobrada por alguns. Pouco mais de 15 dias dali, contudo, a situação mudou. A mesma tarefa em que falhou, naquela fatídica reunião, estava disponível. Alexandre pediu a caneta e, dessa vez, assinou o êxito como ninguém. Ao fim do expediente, disse para quem quisesse ouvir: Podem comparar os resultados: quando eu trabalho, eles são melhores.
       Resta saber se Tite e a diretoria corintiana vão entender o recado de Pato e permitir que Alexandre faça aquilo para que foi contratado: jogar futebol. Isso ele sabe de sobra para ficar sentado no banco até os 17 minutos do segundo tempo de um empate sem gols, vendo um jogador de meio-campo atuar na sua função de centroavante, ou ser queimado por um penal desperdiçado após inúmeros jogos de pífio futebol apresentado pela equipe.
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Enquanto isso, na Série C


        Em meio as necessárias discussões promovidas pelo Bom Senso F.C. visando a melhoria do futebol brasileiro, tornando-o mais profissional e rentável a partir de pontos que atingem majoritariamente a primeira divisão, 60 mil pessoas lotaram o Arruda para assistir a vitória do Santa Cruz por 2 a 1 sobre o Betim, pela Série C, no jogo que garantiu o acesso da equipe pernambucana à segunda divisão nacional após 6 anos de aflita espera, na qual o clube chegou a amargar a quarta divisão por três temporadas seguidas.
        O Santa Cruz atravessou 3 rebaixamentos em sequência a partir de 2006, algo até então inédito no futebol brasileiro. Rebaixado da Série A naquele ano, o desfiladeiro não teve fim até a equipe se encontrar na estreia da Série D, em 2009. Após três temporadas na quarta divisão, o Santa conseguiu se reerguer, sendo vice-campeão e conquistando a vaga para a Série C do ano seguinte, na campanha que teve a maior média de público do futebol brasileiro de 2011: 36.916 espectadores por partida. Em 2012 viria o segundo título do atual tricampeonato pernambucano, e o acesso para a Série B conquistado na atual temporada já faz os torcedores sonharem com a classificação para a elite do futebol nacional no ano que vem, que marca o centenário do clube.
        No jogo decisivo para o acesso, valido pelas quartas de finais da competição, o empate prevalecia até os 42 minutos de jogo, quando o xodó da torcida Flávio Caça-Rato colocou os mandantes na frente e deu números finais ao embate. Como na partida de ida a equipe Pernambucana venceu fora de casa por 1 a 0, um gol do adversário enquanto o 1 a 1 se mantinha significaria mais um ano na terceirona para o Santa Cruz, e seria do mineiro Betim a vaga para a Série B, pois o agregado dos confrontos terminaria em 2 a 2, e o critério de desempate (gols fora de casa) favoreceria o visitante. Além da vaga para a segunda divisão, o Santa conquistou lugar entre os semifinalistas do torneio, que disputam o título já com o acesso garantido.
        Pelas semifinais da Série C, o goiano Vila Nova empatou sem gols com o Sampaio Correia (MA), campeão da quarta divisão de 2012. A partida de volta acontece em São Luís, às 19h do sábado (9), com transmissão da TV Brasil. Já o Santa Cruz visita o Luverdense, do Mato Grosso - que chegou perto de conseguir o acesso no ano passado, quando perdeu nas quartas de finais para a Chapecoense, atual vice-líder da Série B - neste domingo (10), às 17h. O jogo de volta acontece no outro domingo (17), no mesmo horário. Ambos confrontos tem transmissão do SporTV.
        Com o título das duas primeiras divisões do futebol brasileiro virtualmente decididos, a Série C se torna prato cheio para o telespectador que busca por partidas decisivas e cheias de emoção, além de agradar os saudosistas que ainda clamam pelo formato de mata-mata. Enquanto o clima esquenta lá em cima, nas discussões por mudanças no nosso futebol, vale a pena acompanhar as partidas finais da Série C de 2013.
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