quarta-feira, 25 de junho de 2014

A taça do mundo, de fato, pode ser nossa


          É impressionante a capacidade de Neymar como jogador de futebol. Ainda que a grandiosa habilidade do camisa 10 brasileiro não seja novidade para os apaixonados pelo esporte no país, basta um bom lance do craque para que um espanto misturado com euforia tome conta de cada torcedor da seleção nacional. É notável, também, como o ex-santista dá o troco na mais redonda bola quando é alvo de faltas violentas, provocações e até mesmo agressões. Talvez seja esse o ingrediente que fez o atacante comer a bola contra Camarões. Certo mesmo é que Neymar acabou com o jogo, marcando dois golaços e aplicando dribles e jogadas que só faz, quem sabe.

          Os tentos somaram-se aos dois marcados pelo jogador na partida contra a Croácia, totalizando quatro bolas na rede já em sua primeira Copa do Mundo. O genial Ronaldinho Gaúcho, em suas duas participações em mundiais, marcou dois gols, número que Messi precisou de um jogo de sua terceira copa para atingir. Cristiano Ronaldo, titular de Portugal em 2006 e 2010, fez dois gols nessas participações. Os números de Neymar falam por si só. Aos 22 anos, o brasileiro pode ser legitimamente chamado de gênio, e prova isso ao desempenhar o mais belo futebol, mesmo ao carregar a incalculável pressão de ser o principal nome e a esperança de o país mais vezes campeão do mundo levantar, em casa, a taça pela sexta vez. Soma-se a isso ao fato deste ser seu primeiro mundial. Não é mole, mas o jovem não está sozinho.

          Segundo melhor jogador do Brasil na fase de grupos, Luís Gustavo deu o passe para o primeiro gol de Neymar contra Camarões, após desarmar um adversário, conduzir a bola por alguns metros e cruzar rasteiro e de forma precisa para o camisa 10 abrir o placar. O volante, apesar de sua aventura ofensiva na jogada do gol, é o cão de guarda da defesa brasileira, jogando a frente da dupla de zaga. Mesmo sendo meio campo, faz parte do bloco defensivo da seleção, e suas fantásticas atuações como marcador faz qualquer meia ofensivo torcer para não enfrentar o Brasil, só para não ter a difícil missão de passar o incansável camisa 17.

          Seu companheiro na linha de volantes, porém, não está bem. Paulinho foi substituído por Fernandinho no segundo tempo da partida contra Camarões. A imensa melhora na equipe brasileira se deve à alteração. A função tática da posição é de enorme importância para haver um peso morto em campo. A responsabilidade de fazer a transição entre meio campo e ataque, carregando a bola e fazendo passes incisivos, compartilhando tanto ações ofensivas como defensivas, não pode ser ignorada. Quando o Brasil finalmente teve um atleta desempenhando tais obrigações, a significativa mudança até resultou em uma melhora substancial, além de dois gols: um do próprio Fernandinho, e um do criticado Fred, que ganhou novo folego após desencantar.

          Classificado para o mata-mata, o Brasil tem grandes chances de ir longe e acabar por vencer a competição. Felipão provou que sabe a hora certa de mudar, tirando Paulinho do time e recuperando a moral de Fred, que só marcou seu gol porque não foi sacado da equipe. A escalação de Fernandinho, porém, é essencial para a evolução do time e para a vitória contra o Chile, nas oitavas-de-final de sábado. Com o apoio das arquibancadas, mudanças pontuais sendo feitas na equipe titular e Neymar jogando o que sabe, não há outra equipe com mais chances de erguer o troféu do que o Brasil.

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