A grama mais verde não é a do Palmeiras



            Atualmente na segunda divisão do futebol brasileiro, o Palmeiras vem sofrendo com sucessivos mandatos desastrosos. Tal incapacidade de gerir o clube, compartilhada, no mínimo, pelos dois últimos presidentes, acabou por colocar um dos maiores nomes do futebol brasileiro em uma situação nada agradável, dentro e fora de campo. Ainda que o Palestra esteja com um novo ‘‘líder’’, o qual parece ter não só o apoio dos dirigentes e torcedores, mas também a confiança de que fará um bom trabalho, as notícias alviverdes não são nada promissoras.

            O elenco do decesso, inegavelmente pobre, precisava ser ajustado para o ano de 2013. A primeira parte foi feita, e parte dos jogadores considerados desnecessários deixaram o quadro de funcionários do verdão. A contratação de reforços, segundo passo da renovação, foi interrompida pelo conselho gestor. Incapacidade econômica foi o fator alegado para tal, e mesmo as boas contratações de Fernando Prass, ex-Vasco e Ayrton, ex-Coritiba não foram capazes de satisfazer a torcida palmeirense. A humilhante e inaceitável derrota para o Penapolense, equipe estreante na primeira divisão do campeonato paulista, provou que o time atual pode encontrar dificuldades até mesmo na série B.

            Um dia após a partida, Fabinho Capixaba, lateral direito reserva do Palmeiras, foi agredido por um torcedor. Embora este seja um incidente isolado e que não representa a massa alviverde, o caso entra em uma lista já longa de entreveros de atletas com membros da torcida, na qual Vagner Love, Diego Souza e mais recentemente João Victor fazem parte. Em um momento administrativo tão complicado, a torcida precisa cumprir o seu papel de apoiar com mais vontade ainda. Exemplos de Grêmio, Atlético Mineiro e o Corinthians provam que lotar estádios nos jogos da série B certamente ajuda na caminhada ao título da competição. No caso do Palmeiras, um acesso já seria bem vindo.

            Mas nem tudo é tão ruim no clube do Palestra Itália. O estádio, em reforma, estará pronto no segundo semestre do ano, o que pode reaproximar a torcida do time. Já a cadeira de treinador, por sua vez, está bem ocupada. Gilson Kleina demonstrou caráter e hombridade no período em que esteve no comando da equipe. Soube respeitar o momento delicado no qual a instituição se encontra, e pôs-se a trabalhar. Não foi capaz de salvar o navio do naufrágio, mas não o abandonou, e lutou até se ver submerso. E mesmo em baixo d’água está disposto a colocar o trem de volta nos trilhos, se me permitem a troca de meios de transporte em uma mesma metáfora.

            A situação é, sim, incômoda e ruim, e o papel dos torcedores é fundamental. Terão de cantar e vibrar como nunca, agora, em seu ‘‘novo’’ estádio. Somado isso à uma possível boa condução de trabalho de Gilson Kleina e de Paulo Nobre, novo presidente do clube, não deverá tardar para que voltemos a ver uma bandeira verde tremulando nos patamares mais altos do futebol brasileiro.
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Yuri Coghe Carlos Silva
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O Paulistão está de volta


            Após uma longa pausa, os times brasileiros estão de volta á ação. Com a chegada dos estaduais, o futebol nacional volta a ser regularmente televisionado para os torcedores, que vão poder matar a saudade do seu time de coração. Ainda que o calendário brasileiro não permita aos clubes fazer a preparação necessária, limitando a pré-temporada e obrigando os clubes paulistas, por exemplo, a um turno de 19 jogos em um curto espaço de tempo, os estaduais agitam a torcida que espera para ver os novos contratados em campo.

            No caso do atual tricampeão, o Santos, a grande expectativa fica por conta do argentino Montillo. O novo camisa 10 do alvinegro da Vila Belmiro foi contratado junto ao Cruzeiro, clube no qual desempenhou um belo futebol ao longo dos últimos dois anos e meio em que la esteve. Junto com outras novas aquisições, como Cícero, ex-São Paulo, e Marcos Assunção, ex-Palmeiras, o time de Neymar irá tentar conquistar o quarto estadual em sequência.

            Porém, os adversários não irão facilitar, e o campeão mundial Corinthians entra forte na competição. Embora seja início de temporada, o vencedor elenco corintiano já se conhece. Comandados pelo treinador Tite em três títulos, o todo poderoso não vendeu nenhum de seus destaques e ainda contratou grandes nomes como reforços. Alexandre Pato é nome de maior valor, mas Renato Augusto e Gil também vieram do exterior para agregar qualidade ao time.

            O São Paulo, por sua vez, teve seu principal nome negociado com a Europa. Mas nem a venda de Lucas preocupa o técnico Ney Franco, devido à qualidade do elenco com o qual trabalha. Mesmo estando atrás de outras grandes equipes do cenário nacional, o clube do Morumbi entra como candidato ao título. O mesmo não pode ser dito do Palmeiras. O outro grande do estado tem como grande objetivo da temporada voltar à série A, e com poucas contratações em um elenco já pobre, não deve voar alto no estadual.

            O sempre competitivo interior deve contar com cinco ou seis boas equipes, capazes de aprontar para cima dos quatro grandes, seja na fase de pontos corridos, ou no mata-mata final. Devemos, assim, ter um bom campeonato pela frente, ainda que arcaico e pouco atrativo, com exceção da parte final, que contem as decisões. Essas sim, deverão mexer com as torcidas e proporcionar bons jogos daquilo que ficou faltando nos últimos dois meses, Futebol brasileiro.
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Yuri Coghe Carlos Silva
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Mais do que estatísticas, Messi é Futebol


            Lionel Messi conquistou, nesta segunda-feira, 7,  o quarto prêmio seguido de melhor do mundo. Na premiação que ocorreu em Zurich, Suíça, o argentino se tornou, em toda a história do prêmio, o único atleta a ganhar mais de três vezes. Ainda mais surpreendente é o fato do atacante ter conquistado seus quatro troféus de forma seguida. De 2009 para cá, Messi levou todos. O único que pode ser questionado é o de 2010. Naquele ano, Xavi ou Iniesta poderiam ser os vencedores, por terem comandado sua seleção ao título da Copa do Mundo. Até mesmo Sneijder, vice-campeão da mesma competição e principal jogador do ano perfeito da Inter de Milão em 2010, poderia conquistar a premiação.

            Algo que é inquestionável são as estatísticas e o futebol de Messi. O Argentino enche os olhos de qualquer um que assista aos jogos de seu time, o Barcelona. O atacante já é o maior artilheiro de seu clube, maior goleador de um ano só, e muitos recordes estão para ser quebrados. Pelos títulos, coletivos e individuais, e as marcas do jogador, Messi impressiona por ter apenas 25 anos. Em uma escalação cheia de craques, Lionel se destaca, e assim como Pelé fazia com Mengálvio, Pépe, Coutinho, e tantos outros com os quais jogou junto, coloca-os no bolso. Na história, todos tem seu lugar como grandes jogadores, porém, é inegável que Messi é a estrela máxima de sua companhia.

            Messi parece derrubar qualquer comparação que teimam em fazer. Nem o extraordinário Cristiano Ronaldo parece mais ser páreo para o craque. Há apenas uma que permanece. Nesta, alegações existem para os dois lados. Os que querem manter o atual maior jogador de todos os tempos e os que desejam eleger Lionel como tal. Os tempos eram outros. Julga-los seria um crime para ambos e para o futebol. Pelé é o maior do século 20, Messi, indubitavelmente, o maior do 21. Para analisar se o argentino pode ser o melhor de todos os tempos, teremos de esperar sua aposentadoria. A única certeza que temos hoje, é que ambos, Pelé e Messi são melhores que Maradona.

            Constantemente, vem o argumento da Copa do Mundo. Como pode o atual camisa 10 do Barcelona ser melhor que Maradona sem ter ganhado uma? Ora, Zico coloca o ‘‘Deus’’ argentino no chinelo sem ter tal título no currículo! Messi faz o mesmo, além de ainda ter suas chances de faturar o torneio. Só esperamos que o homem das estatísticas não o faça no Brasil.

Qualquer dúvida levantada acerca de Messi, como a qualidade da liga espanhola, o belo time em que joga, os títulos que faltam e as comparações com Cristiano Ronaldo, Maradona ou Pelé, devem ser esquecidas. Sorte de quem viu Pelé, sorte de quem vê Messi. Que sentemos, assistamos e apreciemos. Nada mais.
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Yuri Coghe Carlos Silva
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Corinthians paga o Pato



            O Corinthians anunciou nesta quinta-feira, 3, a contratação de Alexandre Pato, ex-Milan. O atacante de 23 anos retornará ao futebol brasileiro após 5 anos na Itália, onde, em determinado momento, brilhou e chegou a seleção brasileira. Pato vestirá a camisa 7, e fotos do atleta com o uniforme alvinegro já foram veiculadas pelo clube. Os 40 milhões de reais envolvidos na negociação classificam-na como a maior contratação já feita por um clube brasileiro na história, e os valores serão pagos ao clube rossonero em 4 anos.

            E não é só pelas altas cifras que a contratação se torna um marco para o mercado do futebol brasileiro. Depois de Ronaldo assinando pelo próprio Corinthians, e o ‘‘fico’’ de Neymar, a transação de Pato mostra que algo está mudando quando o assunto é o poder de compra dos nossos clubes. Nunca antes um jogador de uma equipe de primeira linha do futebol mundial, em idade ainda relativamente baixa, assinou por uma equipe nacional, em uma negociação envolvendo valores de nível europeu.

            Porém, há um motivo para Alexandre Pato não ter permanecido no Milan. Nas três últimas temporadas, o atacante sofreu com problemas físicos, e mais de quinze lesões musculares não permitiram ao atleta uma sequência de jogos. A cada ano que passava, Pato entrava menos em campo e marcava menos gols. O jogador precisava de uma mudança, e ela aconteceu. No Corinthians, Pato terá atenção especial do departamento médico, visto os problemas que já apresentou. Com a aparelhagem extremamente avançada que hoje o clube dispõe, a probabilidade do atacante se recuperar no futebol brasileiro é grande, ainda que a grande dúvida sobre a qualidade de suas futuras performances sejam acerca disso.

            Se o fator físico preocupa, o técnico passa longe de ser uma dor de cabeça para os torcedores corintianos. Pato tem futebol de sobra. É, sem dúvida, um dos melhores atacantes brasileiros em atividade no mundo, e qualquer clube brasileiro adoraria contar com o jogador. As poucas atuações ainda com a camisa do Internacional de Porto Alegre, primeiro clube do atleta, revelavam um talento extremamente promissor, que depois veio a se confirmar no Milan e na seleção brasileira. É esse jogador que ocupara a camisa 7 do Corinthians pelos próximos quatro anos, se o contrato for cumprido.

            Em um casamento muito contestado pelos convidados, Corinthians e Alexandre Pato se uniram. O clube atravessa um momento glorioso em sua história, que tem tudo para prosseguir, visto os patrocínios recordes recentemente acertados, o futuro estádio, a torcida eternamente apaixonada e a direção e comissão técnica competentes. Pelo jogador que é, o que parte da torcida e da crítica brasileira parece ter esquecido, Pato tem tudo para escrever uma bonita história no clube paulista, história na qual os pingos nos ‘‘i’s’’ são bola na rede, e os capítulos são medalhas no peito.
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Yuri Coghe Carlos Silva
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O ‘‘Espanhol’’ perdeu a graça



             A atual edição do Campeonato Espanhol perdeu a graça. A liga, que já foi agraciada com belas atuações de equipes inesquecíveis, como o Barcelona de Cruyff, os galácticos do Real Madrid, e mais recentemente o time bicampeão do mundo de Pep Guardiola, continua com estrelas de primeira grandeza, porém, nesta temporada, a disputa pelo título parece ter acabado antes mesmo de esquentar.

            Quase meio campeonato já se foi, e o Barcelona, primeiro colocado, está invicto. Em 17 jogos, a equipe catalã empatou apenas um, o resto foram apenas vitórias. Tal campanha significa um fenomenal aproveitamento de 96,1%, porcentagem essa que credencia o Barça à corrida pelo título. Se esta existisse.

            O segundo colocado é uma surpresa. O Atlético de Madrid está superando o seu rival merengue na classificação, e assim conseguindo quebrar o domínio de líder e vice-líder por parte de Real e Barça no campeonato espanhol, algo que não acontece desde 2008. Contudo, nove pontos atrás do líder, parece que o time de Falcão Garcia não poderá almejar nada mais além da segunda colocação.

            Dezesseis pontos atrás do Barcelona, e na terceira colocação, está o rico e multicampeão Real Madrid. O recordista de títulos espanhóis, com trinta e dois troféus, não deve aumentar sua coleção nesta temporada. Apesar de ser o atual campeão, a distância para a equipe de Messi praticamente decreta o fim do sonho do segundo título nacional tendo José Mourinho como treinador. Este deve se dedicar a Liga dos campeões e a Copa do Rei, taça doméstica da Espanha, para poder ser campeão na temporada.

            A surpresa da segunda colocação parecia trazer uma vida nova para o desigual Campeonato Espanhol. Contudo, a fantástica campanha do Barcelona parece por fim a qualquer eventual novidade na classificação final. O Real Madrid, por sua vez, deverá se concentrar na Liga dos Campeões, e a taça europeia passará a ter muito mais valor para as equipes e torcedores espanhóis, uma vez que o campeonato parece estar decido, e mesmo antes da metade dos jogos serem jogados, perdeu a graça.
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Yuri Coghe Carlos Silva
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