quarta-feira, 17 de julho de 2013

Altos e baixos


  O futebol é feito de altos e baixos para equipes e jogadores. Seria incomodo e desencantador se o destino e o resultado de jogadas, partidas e campeonatos fossem facilmente previstos antes do momento de maior emoção do esporte: o jogo. No onze contra onze, caem os tabus, as estatísticas, as análises e o que ''deve ser''. O placar passa a ser tão imprevisível quanto a vitória é desejada por torcedores e atletas. Talvez seja este um dos fatores que constituem o indescritível momento de estar no topo, podendo gritar ''É campeão''. Para os torcedores do Corinthians, a sensação, que já perdura há algum tempo, continuará após o inédito título da Recopa Sul-Americana.
  O pentacampeonato brasileiro, seguido do título da Libertadores e do Mundial, se juntam ao Paulista e a Recopa de 2013 para representar o ponto mais alto da história do clube alvinegro. Seu adversário na decisão da última glória, o São Paulo, atravessou anos similares de 2005 a 2008, sendo campeão Paulista, da América e do mundo antes de levantar três troféus do campeonato nacional em sequência. Uma seca de títulos acompanhou o clube desde então, até a conquista da Sul-Americana de 2012 credenciar o tricolor para disputar a Recopa. No momento de tal confronto, uma má-fase frequentemente confundida com crise só atrapalhou a equipe, que chegou a demitir o antigo treinador no período entre as duas partidas da final. Porém, não tardará para que o time do Morumbi reencontre seu caminho e saia de baixo, embora o tempo para ascender ao topo possa ser um pouco mais demorado.
  Outro clube que busca uma glória jamais atingida é o Atlético Mineiro, que decide a Libertadores da América de 2013 na próxima quarta, 24. A equipe avançou heroicamente nas duas etapas anteriores, necessitando dos pênaltis para garantir a classificação em ambas oportunidades. Porém, para o título dos mineiros, um milagre maior do que o da semifinal, quando o Galo reverteu a derrota de 2x0 sofrida no jogo de ida, é necessário. O placar do primeiro jogo da final contra o Olímpia foi o mesmo, e ainda que, na final, a ausência de gols fora de casa como critério de desempate ajude o Atlético, dando o mesmo valor para os gols marcados na decisão independente do mandante da partida, um velho observador do esporte diria que final é final, e vice-versa.
  Sabendo disso, o torcedor do Atlético tem consciência de que a missão de sua equipe é a mais difícil a ser enfrentada pelo Galo na Libertadores. Sabe que o duro golpe sofrido no Paraguai pode significar a perda do título, o distanciamento do sonho. Porém, seria incomodo e desencantador se o destino e o resultado de jogadas, partidas e campeonatos fossem facilmente previstos antes do momento de maior emoção do esporte: o jogo. No onze contra onze, caem os tabus, as estatísticas, as análises e o que ''deve ser''. O placar passa a ser tão imprevisível quanto a vitória é desejada por torcedores e atletas. Será sabendo disso que a torcida do Atlético Mineiro encontrará esperanças para, quem sabe, vivenciar um dos fatores que constituem o indescritível momento de estar no topo, e gritar pela primeira vez em sua história na Libertadores: ''É campeão''.

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