quinta-feira, 19 de junho de 2014

Está tendo Copa



        Da África do Sul pra cá, o futebol girou um ciclo completo em torno dos fãs do esporte e desembarcou seu mais importante torneio em solo brasileiro.  Mas enquanto a fase de mata-mata da Copa do Mundo não chega, a torcida vibra - e se preocupa - com o grupo A. Pela primeira partida da chave, e também da Copa, o Brasil mostrou força para ganhar a partida após sair atrás no placar, com um infeliz gol contra do lateral esquerdo Marcelo. Estrear em casa, na tão aguardada Copa do Mundo e sob desvantagem é pressão suficiente para se misturar à emoção trazida pelo hino nacional, entoado à capela pelo estádio inteiro antes da bola rolar, e complicar a atuação do time. O Brasil, porém, com ajuda do juiz ou não, foi capaz de tomar conta da partida com as próprias pernas e quebrar a defesa da Croácia, equipe que se trancou após obter a vantagem e apenas saia nos contra-ataques.

      O Brasil, mostrando maturidade, virou a partida. Neymar fez o que se espera de um craque e chamou o jogo, marcando dois gols - sendo o primeiro fruto de bela jogada individual. O camisa 10 se igualou a Ronaldinho Gaúcho em gols em Copa do Mundo, e Messi precisou de um jogo desta Copa, sua terceira na carreira, para alcançar a marca de Neymar. A confiança, porém, ainda não era lei entre a torcida brasileira. E não foi com o México que está veio, também. Um 0 a 0 foi abrigado pelo Castelão, em Fortaleza, no embate entre as seleções mexicana e brasileira. A partida explicitou que Paulinho e Fred ainda não vieram para a Copa, fazendo o Brasil se virar mesmo com pesos nulos em posições de grande importância no esquema brasileiro.

        Paulinho é a única peça do meio-campo entre Luís Gustavo - de Copa impecável até agora -, o cão de guarda que só tem obrigação de marcar, e a linha de três homens que coordena as jogadas ofensivas.  É dele a responsabilidade de fazer a transição, carregar a bola, desafogar o jogo e ainda aparecer como homem surpresa na área. Tantas funções não podem ser ignoradas, e se o ex-corintiano não disser para que veio, há Ramires e Fernandinho no banco, só esperando o chamado de Felipão. Fred joga a frente, no time titular, de Hulk, Oscar e Neymar. Os três nomes, principalmente os dois últimos, quebram o argumento de quem exime o camisa 9 de culpa por ''a bola não estar chegando nele''. O centro avante deve se movimentar para achar espaços na costa da defesa e receber bolas em velocidade. Jô, em um lance contra o México, já fez mais do que Fred na partida toda, neste quesito. O reserva, porém, está longe de ser o atacante dos sonhos do Hexa, mas sua escalação pode ser de bom grado se o ídolo do Fluminense continuar imóvel no comando de ataque brasileiro.

   Contra Camarões, nesta segunda-feira (23), o Brasil não deve encontrar maiores dificuldades para encontrar uma fácil vitória. O último jogo da fase-de-grupos deve, ainda, trazer confiança para a torcida brasileira. Felipão, porém, tem de usar o jogo como uma chance de observar a atuação de alguns de seus jogadores que ainda não estrearam no mundial. Em um campeonato de tiro curto, deve se dar passagem a quem vem do banco, se for para o bem geral da seleção. Que Scolari saiba o que se deve fazer antes que seja tarde.

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