sexta-feira, 6 de junho de 2014

Bósnia ficará no Guarujá, mas não vem à passeio para a Copa


Só com o país sediando uma Copa do Mundo de futebol é que a população pode ter noção do que envolve receber um evento esportivo deste tamanho e importância. Entre os vários aspectos de organização que cabem à nação e não exclusivamente à FIFA, há as chamadas sub-sedes, cidades escolhidas para recepcionar, oferecendo hospedagem e local de treinamento, para uma ou mais das 32 equipes nacionais que disputarão o torneio no Brasil.

Guarujá não ficou fora dessa. O município, que recebeu a visita de delegações sul-coreana e suíça, por exemplo, foi confirmado, ainda no ano passado, como sub-sede da Bósnia e Herzegovina, única seleção estreante em mundiais que vem para o Brasil. A inexperiência da equipe em copas, porém, passa longe de significar que a seleção bósnia não consiga um bom desempenho na competição.

Com o quarto melhor ataque das eliminatórias europeias e com apenas seis gols sofridos, a Bósnia liderou o grupo G da fase classificatória do velho continente.  A chave, do qual também fazia parte a Grécia, que conseguiu vaga para a copa através da repescagem, não possuía uma campeã mundial, fato do qual os dragões souberam tirar vantagem. O grupo dos europeus na Copa do Mundo, porém, possui uma seleção campeã do mundo, e trata-se de uma bem conhecida por brasileiros. A Argentina faz seu primeiro jogo na copa contra os bósnios, no Maracanã. O adversário e o palco são uma honra para a estréia dos únicos caçulas desta copa, que tem chance de surpreender os rivais brasileiros. Irã e Nigéria completam o grupo, o que deixa a seleção que treinará no reformado Estádio Municipal Antônio Manuel Fernandes em boas condições de passar para a próxima fase logo em seu primeiro mundial.

Toda essa confiança no plantel bósnio tem seus fundamentos. Onze jogadores dos vinte e três convocados da seleção européia jogam nas principais ligas do velho continente. Sete na Alemanha, dois na Inglaterra e dois na Itália. Os outros doze atletas se dividem entre Sérvia, Croácia, Turquia, Ucrânia e China, além de Turquia e Áustria.

Da lista final bósnia, quatro jogadores merecem destaque. Qualquer relação dos atuais dez melhores centroavantes do futebol mundial sem Edin Dzeko, campeão inglês com o Manchester City, é inválida. O atacante tem calibrado faro de gol e é o matador que sua equipe pode contar para alterar o placar nos jogos da Copa do Mundo. No outro lado do campo, Asmir Begovic, que também disputa a liga inglesa, pelo Stoke City, é um bom goleiro que disputa uma liga muito mais competitiva que Júlio César, titular da seleção brasileira, por exemplo. Miralem Pjanic, desde 2011 no Roma, acabou de renovar seu contrato com a tradicional equipe italiana até 2018. O bom meia divide a armação das jogadas com Zvjezdan Misimović. Hoje na china, o camisa dez da seleção bósnia tem em seu currículo dez temporadas no campeonato alemão.

Comandados por Safet Susic, ex-jogador da seleção bósnia, o que confere respeito ao treinador e mais patriotismo à seleção, a simpática e estreante Bósnia tem tudo para fazer uma boa Copa e sair do Brasil trazendo orgulho nacional na bagagem. Que o banho de mar nas praias da Pérola do Atlântico e o apoio e a recepção do povo guarujaense inspirem os dragões a fazer bonito em terras nacionais. E ganhar da Argentina no Maracanã.

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