quarta-feira, 26 de junho de 2013

O que vale é competir



Quem nunca ouviu esta frase, sobretudo, nos tempos de infância? Eu, contudo, nunca concordei com essa afirmação. Pensava que, ao entrar em uma competição de qualquer tipo, o objetivo é a vitória, e menos do que isso não serve para se sentir satisfeito. Não que a competitividade me cegava, longe disso. Apenas falhava em ver a lógica de sentir-se realizado quando a meta não tinha sido alcançada. Porém, a ideia do dito popular nunca caiu tão bem quanto nesta Copa das Confederações.
Convenhamos que o fato de sermos tricampeões do torneio não é lembrado como motivo de orgulho da seleção nacional por ninguém, ainda que todos comemorem o momento da entrega da taça para as mãos do capitão brasileiro. Por essas e outras, o mundo não estará acabado se o Brasil perder a final, no domingo, 30. De fato, tenho certeza que nenhum torcedor se importaria de assinar um contrato que confirmasse o vice campeonato para a equipe de Felipão, se uma das cláusulas do documento garantisse o título do mundial do ano que vem.
Não nega-se a importância de ser campeão deste torneio de cinco jogos. O título seria uma injeção de confiança na equipe e a confirmação que a direção tomada por Felipão é a correta, além de fazer o torcedor gritar ''É campeão'' por mais uma vez. Todavia, o que foi agregado à equipe pelo simples fato de competir é o grande legado que a Copa das Confederações deixa para a seleção brasileira, dentro das quatro linhas. A torcida comprou o papel de apoiar a seleção, e o show do público brasileiro já começa no hino, cantado a plenos pulmões antes da partida, enquanto a equipe brasileira, perfilada e unida pelos braços, também entoa o símbolo nacional com orgulho. Alguns jogadores até fecham os olhos. O calor sentido pelos atletas neste momento é fundamental para a raça e vontade de ganhar, visíveis durante a partida. A ligação gramado-arquibancada fortalece o time de uma maneira que só é possível quando se joga em casa, e a simbiose ainda acrescenta experiência e conjunto para o Brasil, ajudando Scolari a definir e trabalhar cada vez mais o esquema de jogo, os onze titulares e a equipe como um todo.
Cada vez mais, o grupo para a Copa do Mundo do ano que vem está fechado. Contudo, se olharmos um pouco para o passado, veremos que Felipão assumia a seleção brasileira sob dúvidas, com ''pouco'' tempo para trabalhar sua equipe. De alguma forma, quando chegarmos ao mundial de 2014, estaremos preparados dentro e fora de campo, sabendo o que fazer, com sede de erguer a taça e alcançar o sonho do hexacampeonato. Quando este momento chegar, a Copa das Confederações, independente do resultado da final, tem de ser olhada como o momento em que tudo virou. Foi ali que a camisa amarela começou a se tornar forte o bastante para caminhar de volta ao topo do mundo.

0 comentários:

Postar um comentário