quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

O campeão dos campeões


                      O ano de 2012 foi inesquecível para os corintianos. O coração tomado de loucura dos apaixonados adeptos do ‘‘todo poderoso’’ foi colocado à prova em diversas ocasiões, sucedendo em todas elas. Angústia, ansiedade, aflição, desespero... Diversas sensações foram experimentadas, porém, nenhuma superou a alegria. Em 2012, o ‘‘maloqueiro sofredor’’, como o torcedor gosta de ser chamado, conheceu a felicidade como nunca antes. Apesar deste já ter se banhado de glórias e de ter se alegrado com cada uma delas, nunca houve sensação de liberdade maior do que neste ano. Na categoria dos anos eternos do calendário corintiano, 2012 acaba de se juntar a 77 e 90.

             No início do ano, o maior sonho ainda não passava disso, sonho. Distante e fantasioso sonho. Porém, o que é um sonho senão uma meta, ainda que regada de sentimento? E que meta é impossível para a garra e vontade de um time batalhador? Que meta é impossível para a torcida que nunca abandona, que canta até ficar rouca, e até depois disso? Nenhuma. Absolutamente nenhuma. A Libertadores veio. E como veio... Veio invicta, veio suada, veio demorada, veio aos poucos, veio incontestável. Veio e não vai mais. Veio para ficar eternamente na memória do torcedor.

            Pouco depois da euforia maior trazida pelo título, uma pergunta pairava sobre os loucos torcedores. O que faltava? Qual era o próximo passo? O que ainda havia para conquistar? Ninguém conseguia trazer uma resposta objetiva para esta tão singela pergunta, contudo, era de senso geral da nação corintiana o desejo de continuar. Continuar almejando o melhor, querendo repetir, com uma fome insaciável de tudo que houver pela frente. E, naquele momento, à frente estava o Mundial de Clubes, glória máxima que uma equipe de futebol pode conquistar neste planeta.

            E a hora chegou. A saída do Corinthians para o Japão se deu com um público de quinze mil adeptos gritando no aeroporto. A equipe embarcava com aquela energia, a fé no título, a garra de milhões, a vontade de uma nação. Após atravessar o mundo, os jogadores chegavam ao Japão com a maior bagagem já registrada por uma equipe de futebol. Já o adversário da final, o Chelsea da Inglaterra, trazia indiferença, soberba e um elenco milionário. Porém, o Corinthians possui o que dinheiro não compra: paixão. E foi suficiente. Aliado a um ótimo futebol, o torcedor que lotava e contaminava o estádio de Yokohama com sua loucura, transmitia a vontade necessária para a equipe se sagrar campeã. Cássio certamente captou-a. E a expeliu em cada defesa monumental que executou no gramado. Posteriormente, em bela jogada de Paulinho e Danilo, a bola sobrou para Guerrero - definição do espírito Corintiano - , que absorveu tal energia e cabeceou junto com mais de trinta milhões de privilegiados torcedores. Ninguém no mundo, naquele dia, esteve mais eufórico do que eles.

            O significado deste título é imenso. Todavia, a descrição do sentimento continua impossível, impensável, impraticável. Ainda mais quando se trata de Corinthians. Corinthians é, e continuará sendo, eternamente Corinthians. O que é isso? Mais de trinta milhões de privilegiados sabem. Já quem não é, não sente, não sabe, não vive. Olha abismado, tenta entender, mas não é capaz. Quem é, é. É apaixonado, é louco, é Corinthians. É bicampeão mundial.
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Yuri Coghe Carlos Silva

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