quarta-feira, 24 de abril de 2013

Irreconhecível, o Barça foi à lona


Não se viu o Barcelona em campo, contra o Bayern de Munique na tarde desta terça-feira, 23. O que se viu na Allianz Arena foi um time apático, que não lembrou nem de longe as grandes atuações da era Guardiola. Xavi, Iniesta e até o quatro vezes melhor do mundo Messi estava lá, porém só foram capazes de assistir a verdadeira humilhação que seu time sofreu perante a um atropelamento do mandante, numa partida que culminou com o inacreditável placar de 4x0.

Vexatório. Nada descreve melhor o modo o qual o Barça caiu frente ao lado alemão. Embora no começo do jogo os espanhóis mantinham maior posse e davam a crer que comandariam o jogo, o Bayern promovia maior verticalidade quando estavam com a bola. Foi numa dessas que aos 24 minutos, ainda do primeiro tempo, Thomas Müller abriu o placar de cabeça, após ajeitada do zagueiro brasileiro Dante. O resto do primeiro tempo foi de um jogo corrido. Os catalães pensavam menos o seu jogo, não conseguindo retomar o controle da partida e muito menos prender a bola, como é de costume.

Já no segundo tempo, quando o jogo poderia voltar a ter menor velocidade devido aos ânimos mais controlados após o intervalo, o frágil jogo aéreo do Barcelona deu as caras novamente, permitindo à Mario Gómez, em condição de impedimento, ampliar o placar logo aos 3 minutos. O 2x0 momentâneo já seria péssimo para os espanhóis, que começavam a temer o resultado. Começaram também a perder a cabeça quando aos 27, após bela jogada pela direita, o holandês Arjen Robben colocou mais um na conta dos alemães. A partir daí o Barça foi visto de uma forma inédita: nervoso, irritado. O capitão Xavi reclamava com o juiz, o experiente Iniesta aplicava carrinhos por trás, e o jovem Jordi Alba pagou só com amarelo por jogar a bola no rosto do autor do terceiro gol. Não era só com a bola nos pés que o visitante estava irreconhecível.

Com um cenário dessa maneira foi questão de tempo para outro gol ser adicionado à contagem, e aos 36 minutos, Thomas Müller, novamente, deu números finais ao atropelamento: Bayern quatro, Barcelona, de Messi, zero. O camisa 10, durante os 90 minutos, foi incapaz de fazer a diferença. Inaceitáveis críticas e dúvidas sobre seu futebol a parte, é fato que o craque argentino estava sem condições plenas de jogo, e foi apenas uma peça de uma engrenagem que não funcionou. Tornando injustificadas, assim, qualquer vaia aos catalães, pois é o Bayern de Munique que merece ser aplaudido.

Um capítulo grandioso na história do clube se encerrou quando o ex-treinador Pep Guardiola foi embora, o que não impede o Barcelona de continuar no topo do futebol mundial, mesmo após esta derrota. Por isso, a questão não é se o domínio acabou. Ainda que a vaga para a final esteja virtualmente impossível, a luta de semana que vem pode conferir ao Barça a chance de se levantar e sair de pé do confronto da semifinal. Mesmo assim, estará na história que no primeiro jogo do confronto, o Barça finalmente foi à lona.
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Yuri Coghe Carlos Silva

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