Irreconhecível, o Barça foi à lona
Não
se viu o Barcelona em campo, contra o Bayern de Munique na tarde desta terça-feira,
23. O que se viu na Allianz Arena foi um time apático, que não lembrou nem de
longe as grandes atuações da era Guardiola. Xavi, Iniesta e até o quatro vezes
melhor do mundo Messi estava lá, porém só foram capazes de assistir a
verdadeira humilhação que seu time sofreu perante a um atropelamento do
mandante, numa partida que culminou com o inacreditável placar de 4x0.
Vexatório.
Nada descreve melhor o modo o qual o Barça caiu frente ao lado alemão. Embora
no começo do jogo os espanhóis mantinham maior posse e davam a crer que
comandariam o jogo, o Bayern promovia maior verticalidade quando estavam com a
bola. Foi numa dessas que aos 24 minutos, ainda do primeiro tempo, Thomas Müller abriu
o placar de cabeça, após ajeitada do zagueiro brasileiro Dante. O resto do
primeiro tempo foi de um jogo corrido. Os catalães pensavam menos o seu jogo,
não conseguindo retomar o controle da partida e muito menos prender a bola,
como é de costume.
Já
no segundo tempo, quando o jogo poderia voltar a ter menor velocidade devido
aos ânimos mais controlados após o intervalo, o frágil jogo aéreo do Barcelona
deu as caras novamente, permitindo à Mario Gómez, em condição de impedimento,
ampliar o placar logo aos 3 minutos. O 2x0 momentâneo já seria péssimo para os
espanhóis, que começavam a temer o resultado. Começaram também a perder a
cabeça quando aos 27, após bela jogada pela direita, o holandês Arjen Robben
colocou mais um na conta dos alemães. A partir daí o Barça foi visto de uma
forma inédita: nervoso, irritado. O capitão Xavi reclamava com o juiz, o
experiente Iniesta aplicava carrinhos por trás, e o jovem Jordi Alba pagou só
com amarelo por jogar a bola no rosto do autor do terceiro gol. Não era só com
a bola nos pés que o visitante estava irreconhecível.
Com
um cenário dessa maneira foi questão de tempo para outro gol ser adicionado à
contagem, e aos 36 minutos, Thomas Müller, novamente, deu números finais ao atropelamento:
Bayern quatro, Barcelona, de Messi, zero. O camisa 10, durante os 90 minutos,
foi incapaz de fazer a diferença. Inaceitáveis críticas e dúvidas sobre seu
futebol a parte, é fato que o craque argentino estava sem condições plenas de
jogo, e foi apenas uma peça de uma engrenagem que não funcionou. Tornando injustificadas,
assim, qualquer vaia aos catalães, pois é o Bayern de Munique que merece ser
aplaudido.
Um
capítulo grandioso na história do clube se encerrou quando o ex-treinador Pep
Guardiola foi embora, o que não impede o Barcelona de continuar no topo do
futebol mundial, mesmo após esta derrota. Por isso, a questão não é se o
domínio acabou. Ainda que a vaga para a final esteja virtualmente impossível, a
luta de semana que vem pode conferir ao Barça a chance de se levantar e sair de
pé do confronto da semifinal. Mesmo assim, estará na história que no primeiro
jogo do confronto, o Barça finalmente foi à lona.
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Yuri Coghe Carlos Silva
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